7.1. Micose cutânea
7.1.a) Dermatofitose
- Tinha ou Tínea
- Tricophyton sp, Microsporum sp, Epidermophyton sp, Achorium sp.
- Infecção: contato com indivíduos infectados e fômites.
- Animais < > humanos.
- Incidência: animais jovens.
- Infecção das células queratinizadas do estrato córneo, pêlos e unhas, superficialmente.
Macro:
- Pêlos quebradiços, alopecia, crostas secas e escamosas, lesões circunscritas. Remoção dos pêlos da área lesionada: pele vermelha, em carne viva e com sangue.
Micro:
- Estruturas arredondadas ao longo do folículo piloso e superfície (camada córnea).
- Diagnóstico: colorações especiais – identificação do fungo; Lâmpada de Wood; biópsia de pele.
7.1.b) Dermatomicose
Candidíase
- Cândida albicans.
- Micoses superficiais das membranas mucosas.
- Incidência: aves (boca, esôfago, papo e proventrículo), mamíferos (mucosa oral).
- Animais jovens e debilitados.
Macro:
- Piodermatite das pregas labiais e dermatite mucocutânea; lesões úmidas, eritematosas, erosivas e freqüentemente crostosas. Prurido intenso.
Malassezia pachydermatis
- Oportunista do conduto auditivo externo, reto e vagina.
- Altamente pruriginosa e resistente aos glicocorticóides.
Macro:
- Eritema variável e descamação gordurosa amarela ou acinzentada, hiperpigmentação e alopecia.
- Citologia: fungo em formato de pegadas de sapato (leveduras com brotamento).
7.2. Micose subcutânea
a) Esporotricose
- Sporothrix schenckii.
- Solo, madeira, matéria orgânica, vegetais em decomposição.
- Incidência: gatos (transmitem para o homem), cães e eqüinos.
Micro:
- Formas arredondadas, em forma de charuto.
- Forma cutânea (face): nódulos subcutâneos simples ou múltiplos, consistência firme, com tendência a ulcerar, exsudato purulento espesso. Diagnóstico diferencial para neoplasias (carcinoma epidermóide).
- Forma cutâneo linfática (eqüinos e cães): nódulos esféricos firmes, disseminação pelos vasos linfáticos, formando cordões com nódulos secundários que ulceram – pus acastanhado e espesso.
- Forma sistêmica (gatos): lesões disseminadas (órgãos).
- Animais infectados: manipulação com luvas de borracha e mãos lavadas com fungicidas.
- Citologia: hemácias, macrófagos repletos de leveduras arredondadas ou em forma de charuto.
- Histopatologia: reação inflamatória piogranulomatosa com grande quantidade de neutrófilos e macrófagos. Leveduras arredondadas dispersas no tecido ou no interior dos macrófagos. Só é possível a visualização com coloração especial.
7.3. Micose sistêmica
a) Criptococose
- Criptococcus neoformans (esterco de aves).
- Infecção: inalação.
- Oportunista: animais imunocomprometidos.
- Predomínio: sistema respiratório e SNC.
- Gatos: SNC, olhos, pele da cabeça e pescoço; disseminação hematógena ou linfática.
Macro:
- Nódulos múltiplos indolores, achatados, firmes e com crescimento bastante rápido na derme e subcutâneo; tamanho variado.
- Ulceração: exposição da superfície granular com escasso exsudato soro hemorrágico, que não cicatriza.
Micro:
- Nódulos granulomatosos (macrófagos e células epitelióides).
- Diagnóstico diferencial para esporotricose e neoplasias.
8. Parasitos
8.1. Sarnas
8.1.a) Sarcóptica ou escabiose
- Sarcoptes scabiei.
- Escava partes profundas do estrato córneo.
- Prurido intenso, hiperqueratose, acantose, alopecia.
- Coceira – perda do epitélio e infecção secundária.
8.1.b) Notoédrica
- Notoedres cati.
- Lesões: orelha, face, pescoço, mas podem generalizar.
8.1.c) Psoróptica
- Psoroptes equi.
- Não escavam – ficam na superfície.
8.1.d) Otodécica
- Otodectes cynotis.
- Conduto auditivo e raramente outros locais.
- Prurido intenso.
8.1.d) Demodécica
- Demodex sp.
- Transmissão: contato direto.
- Forma de charuto, parasitam os folículos pilosos e glândulas sebáceas (escavação).
- Prurido (exsudação de soro e formação de crostas), alopecia e descamação da epiderme.
Micro:
- Foliculite e dermatite (piogranulomatosas).
8.2. Carrapatos
- Macro: eritema ao redor dos carrapatos – prurido e autotrauma.
- Transmissão de patógenos.
8.3. Miíases
- Macro: larvas de moscas digerindo tecidos vivos.
8.4. Berne
- Dermatobia hominis.
- Macro: poro – tumoração dolorosa com orifício, contendo larva no interior.
8.5. Leishmaniose
- Citopatologia: macrófagos com amastigotas.
8.6. Pulgas
- Prurido, eritema, pápulas crostosas, alopecia (casos severos), hiperpigmentação e liqueinificação.
8.7. Helmintos
- Habronemose (Feridas de Verão ou Esponja)
- Macro: lesão de aspecto esponjoso (granuloso), mole, de coloração avermelhada, ulcerada (superficial) e de difícil cicatrização, exsudato seroso.
- Partes inferiores dos membros anteriores, peito, canto medial do olho e prepúcio.
9. Doenças imunológicas
9.1. Reação de hipersensibilidade
9.1 a) Atopia
- Hipersensibilidade tipo I a alérgenos inaláveis (pólen) ou absorvíveis.
- Cães Pastor Alemão, Boxer, Labrador, Poodle, Golden, Dálmata, Pug, Lhasa Apso.
- Liberação de histamina – prurido, vasodilatação – edema, eritema, dermatite, piodermatite, hiperpigmentação e seborréia secundária.
- Micro: infiltrado inflamatório perivascular superficial de linfócitos, macrófagos, mastócitos, neutrófilos (infecção secundária).
- Localização: patas, região periocular, focinho, axilas, virilhas e face.
9.1. b) Alergia alimentar
- Hipersensibilidade tipo I (principalmente), III e IV.
- Alimento ingerido age como alérgeno – absorção intestinal – manifestação na pele.
- Pápulas eritematosas, crostas e erosões no abdome e axila.
- Diagnóstico diferencial para dermatite atópica, dermatite por pulgas, dermatite miliar.
- Micro: infiltrado inflamatório perivascular superficial e profunda com linfócitos, plasmócitos, eosinófilos e mastócitos que podem se difundir. Edema dérmico. Neutrófilos em casos de infecção secundária.
- Obs.: o envolvimento da derme profunda e a presença de eosinófilos são achados que diferenciam alergia alimentar e atopia.
9.1.c) Dermatite alérgica induzida por pulgas
- Animais sensibilizados pela saliva (alérgeno).
- Hipersensibilidade tipo I: Ac (IgE) e tipo IV (linfócitos T sensibilizados).
- Lesões na região dorso lombo sacral, base da cauda, períneo, região interna e caudal da coxa.
- Gatos: cabeça e pescoço. Nos casos graves as lesões podem generalizar.
- Macro: pápulas eritematosas, pústulas, crostas, erosões úmidas e alopecia. Crônica: alopecia, formação de crostas, liqueinificação e hiperpigmentação.
- Micro: infiltrados superficiais perivasculares ou difusos, com eosinófilos, mastócitos, linfócitos e macrófagos; às vezes edema. Neutrófilos em infecção bacteriana secundária.
10. Neoplasias
10.1. Melanoma
- Maligno de melanócitos.
- Grande pleomorfismo e variação do padrão de crescimento.
- Metastático, infiltrativo.
- Melanótico, amelanótico ou misto.
- Macro: cor intensamente negra, pelo pigmento escuro, que pode difundir-se do tumor para qualquer meio aquoso com o qual a superfície de corte entre em contato.
- Micro: células com coloração acastanhada, pleomorfismo intenso.
10.2 Sarcóide eqüino
- Pele espessada (acantose), úlcera. Não metastático.
- Tumor com células fusiformes.
10.3. Mastocitoma
- Neoplasia cutânea mais frequente no cão.
- Cão: parte posterior do corpo, flanco, escroto, região perineal e extremidades.
- Gato: cabeça e pescoço.
- Massas cutâneas salientes, eritema, edema e úlcera (liberação de histamina). Localmente infiltrativo. São comuns sinais paraneoplásicos (histamina e heparina); ulceração gástrica e duodenal, transtornos de coagulação e glomerulonefrite.
10.4. Carcinoma epidermóide
- Sinonímia: carcinoma de células escamosas.
- Queratose actínica – raios solares constantes – carcinoma epidermóide.
- Comum em animais despigmentados, brancos.
- Solitários, erosivos (lesões crostosas, rasas, úlceras profundas).
- Baixo potencial metastático, mas localmente infiltrativo.
- Micro: ilhas de células epiteliais (com queratinização central) invadindo a derme.
10.5. Linfoma
- Epiteliotrópica: linfócitos neoplásicos “dissecam” epiderme na junção derme-epiderme, causando destacamento da epiderme e ulceração.
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