quarta-feira, 3 de agosto de 2011

Patologias de Pele e Anexos 2

7. Fungos

7.1. Micose cutânea

7.1.a) Dermatofitose

  • Tinha ou Tínea
  • Tricophyton sp, Microsporum sp, Epidermophyton sp, Achorium sp.
  • Infecção: contato com indivíduos infectados e fômites.
  • Animais < > humanos.
  • Incidência: animais jovens.
  • Infecção das células queratinizadas do estrato córneo, pêlos e unhas, superficialmente.

Macro:

  • Pêlos quebradiços, alopecia, crostas secas e escamosas, lesões circunscritas. Remoção dos pêlos da área lesionada: pele vermelha, em carne viva e com sangue.

Micro:

  • Estruturas arredondadas ao longo do folículo piloso e superfície (camada córnea).

  • Diagnóstico: colorações especiais – identificação do fungo; Lâmpada de Wood; biópsia de pele.
7.1.b) Dermatomicose

Candidíase
  • Cândida albicans.
  • Micoses superficiais das membranas mucosas.
  • Incidência: aves (boca, esôfago, papo e proventrículo), mamíferos (mucosa oral).
  • Animais jovens e debilitados.
Macro:
  • Piodermatite das pregas labiais e dermatite mucocutânea; lesões úmidas, eritematosas, erosivas e freqüentemente crostosas. Prurido intenso.
Malassezia pachydermatis
  • Oportunista do conduto auditivo externo, reto e vagina.
  • Altamente pruriginosa e resistente aos glicocorticóides.
Macro:
  • Eritema variável e descamação gordurosa amarela ou acinzentada, hiperpigmentação e alopecia.

  • Citologia: fungo em formato de pegadas de sapato (leveduras com brotamento).
7.2. Micose subcutânea
a) Esporotricose
  • Sporothrix schenckii.
  • Solo, madeira, matéria orgânica, vegetais em decomposição.
  • Incidência: gatos (transmitem para o homem), cães e eqüinos.
Micro:
  • Formas arredondadas, em forma de charuto.
  • Forma cutânea (face): nódulos subcutâneos simples ou múltiplos, consistência firme, com tendência a ulcerar, exsudato purulento espesso. Diagnóstico diferencial para neoplasias (carcinoma epidermóide).
  • Forma cutâneo linfática (eqüinos e cães): nódulos esféricos firmes, disseminação pelos vasos linfáticos, formando cordões com nódulos secundários que ulceram – pus acastanhado e espesso.
  • Forma sistêmica (gatos): lesões disseminadas (órgãos).
  • Animais infectados: manipulação com luvas de borracha e mãos lavadas com fungicidas.

  • Citologia: hemácias, macrófagos repletos de leveduras arredondadas ou em forma de charuto.
  • Histopatologia: reação inflamatória piogranulomatosa com grande quantidade de neutrófilos e macrófagos. Leveduras arredondadas dispersas no tecido ou no interior dos macrófagos. Só é possível a visualização com coloração especial.
7.3. Micose sistêmica
a) Criptococose
  • Criptococcus neoformans (esterco de aves).
  • Infecção: inalação.
  • Oportunista: animais imunocomprometidos.
  • Predomínio: sistema respiratório e SNC.
  • Gatos: SNC, olhos, pele da cabeça e pescoço; disseminação hematógena ou linfática.
Macro:
  • Nódulos múltiplos indolores, achatados, firmes e com crescimento bastante rápido na derme e subcutâneo; tamanho variado.
  • Ulceração: exposição da superfície granular com escasso exsudato soro hemorrágico, que não cicatriza.
Micro:
  • Nódulos granulomatosos (macrófagos e células epitelióides).
  • Diagnóstico diferencial para esporotricose e neoplasias.
8. Parasitos

8.1. Sarnas

8.1.a) Sarcóptica ou escabiose
  • Sarcoptes scabiei.
  • Escava partes profundas do estrato córneo.
  • Prurido intenso, hiperqueratose, acantose, alopecia.
  • Coceira – perda do epitélio e infecção secundária.
8.1.b) Notoédrica
  • Notoedres cati.
  • Lesões: orelha, face, pescoço, mas podem generalizar.
8.1.c) Psoróptica
  • Psoroptes equi.
  • Não escavam – ficam na superfície.
8.1.d) Otodécica
  • Otodectes cynotis.
  • Conduto auditivo e raramente outros locais.
  • Prurido intenso.
8.1.d) Demodécica
  • Demodex sp.
  • Transmissão: contato direto.
  • Forma de charuto, parasitam os folículos pilosos e glândulas sebáceas (escavação).
  • Prurido (exsudação de soro e formação de crostas), alopecia e descamação da epiderme.
Micro:
  • Foliculite e dermatite (piogranulomatosas).
8.2. Carrapatos
  • Macro: eritema ao redor dos carrapatos – prurido e autotrauma.
  • Transmissão de patógenos.
8.3. Miíases
  • Macro: larvas de moscas digerindo tecidos vivos.
8.4. Berne
  • Dermatobia hominis.
  • Macro: poro – tumoração dolorosa com orifício, contendo larva no interior.
8.5. Leishmaniose
  • Citopatologia: macrófagos com amastigotas.
8.6. Pulgas
  • Prurido, eritema, pápulas crostosas, alopecia (casos severos), hiperpigmentação e liqueinificação.
8.7. Helmintos
  • Habronemose (Feridas de Verão ou Esponja)
  • Macro: lesão de aspecto esponjoso (granuloso), mole, de coloração avermelhada, ulcerada (superficial) e de difícil cicatrização, exsudato seroso.
  • Partes inferiores dos membros anteriores, peito, canto medial do olho e prepúcio.
9. Doenças imunológicas

9.1. Reação de hipersensibilidade

9.1 a) Atopia
  • Hipersensibilidade tipo I a alérgenos inaláveis (pólen) ou absorvíveis.
  • Cães Pastor Alemão, Boxer, Labrador, Poodle, Golden, Dálmata, Pug, Lhasa Apso.
  • Liberação de histamina – prurido, vasodilatação – edema, eritema, dermatite, piodermatite, hiperpigmentação e seborréia secundária.
  • Micro: infiltrado inflamatório perivascular superficial de linfócitos, macrófagos, mastócitos, neutrófilos (infecção secundária).
  • Localização: patas, região periocular, focinho, axilas, virilhas e face.
9.1. b) Alergia alimentar
  • Hipersensibilidade tipo I (principalmente), III e IV.
  • Alimento ingerido age como alérgeno – absorção intestinal – manifestação na pele.
  • Pápulas eritematosas, crostas e erosões no abdome e axila.
  • Diagnóstico diferencial para dermatite atópica, dermatite por pulgas, dermatite miliar.
  • Micro: infiltrado inflamatório perivascular superficial e profunda com linfócitos, plasmócitos, eosinófilos e mastócitos que podem se difundir. Edema dérmico. Neutrófilos em casos de infecção secundária.
  • Obs.: o envolvimento da derme profunda e a presença de eosinófilos são achados que diferenciam alergia alimentar e atopia.
9.1.c) Dermatite alérgica induzida por pulgas
  • Animais sensibilizados pela saliva (alérgeno).
  • Hipersensibilidade tipo I: Ac (IgE) e tipo IV (linfócitos T sensibilizados).
  • Lesões na região dorso lombo sacral, base da cauda, períneo, região interna e caudal da coxa.
  • Gatos: cabeça e pescoço. Nos casos graves as lesões podem generalizar.
  • Macro: pápulas eritematosas, pústulas, crostas, erosões úmidas e alopecia. Crônica: alopecia, formação de crostas, liqueinificação e hiperpigmentação.
  • Micro: infiltrados superficiais perivasculares ou difusos, com eosinófilos, mastócitos, linfócitos e macrófagos; às vezes edema. Neutrófilos em infecção bacteriana secundária.
10. Neoplasias

10.1. Melanoma
  • Maligno de melanócitos.
  • Grande pleomorfismo e variação do padrão de crescimento.
  • Metastático, infiltrativo.
  • Melanótico, amelanótico ou misto.
  • Macro: cor intensamente negra, pelo pigmento escuro, que pode difundir-se do tumor para qualquer meio aquoso com o qual a superfície de corte entre em contato.
  • Micro: células com coloração acastanhada, pleomorfismo intenso.
10.2 Sarcóide eqüino
  • Pele espessada (acantose), úlcera. Não metastático.
  • Tumor com células fusiformes.
10.3. Mastocitoma
  • Neoplasia cutânea mais frequente no cão.
  • Cão: parte posterior do corpo, flanco, escroto, região perineal e extremidades. 
  • Gato: cabeça e pescoço.
  • Massas cutâneas salientes, eritema, edema e úlcera (liberação de histamina). Localmente infiltrativo. São comuns sinais paraneoplásicos (histamina e heparina); ulceração gástrica e duodenal, transtornos de coagulação e glomerulonefrite.
10.4. Carcinoma epidermóide
  • Sinonímia: carcinoma de células escamosas.
  • Queratose actínica – raios solares constantes – carcinoma epidermóide.
  • Comum em animais despigmentados, brancos.
  • Solitários, erosivos (lesões crostosas, rasas, úlceras profundas).
  • Baixo potencial metastático, mas localmente infiltrativo.
  • Micro: ilhas de células epiteliais (com queratinização central) invadindo a derme.
10.5. Linfoma
  • Epiteliotrópica: linfócitos neoplásicos “dissecam” epiderme na junção derme-epiderme, causando destacamento da epiderme e ulceração.

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