1. Alterações do desenvolvimento
1.1. Agenesia
- Observada em ruminantes, porcas e cadelas.
- É uma condição hereditária.
- Não formação, uni ou bilateral.
1.2. Ovário acessório
- Formação de uma 3ª glândula (funcional).
- Unido à outra glândula através de um septo conjuntivo.
- Alteração rara.
1.3. Disgenesia ovariana
- Éguas que não possuem um dos cromossomos X (XO).
- Ovários inativos e desprovidos de células germinativas.
- Endométrio é hipoplásico.
- Genitália externa é pequena e pouco desenvolvida.
2. Alterações morfológicas
2.1. Hipoplasia
- É a mais comum, especialmente em vacas.
- Uni ou bilateral, total ou parcial.
- Bilateral e total – genitália e glândula mamária também são hipoplásicas e o animal é estéril.
- Unilateral – subfértil.
Características:
- Ovário reduzido de tamanho.
- De superfície lisa ou ligeiramente rugosa.
- Ausência de folículos, corpo lúteo e corpo albicans.
- Cortical é hipodesenvolvida.
- Medular – bastante desenvolvida e rica em tecido conjuntivo fibroso e vasos sanguíneos.
2.2. Ovários afuncionais
- Animais adultos.
- Diminuição de tamanho devido à ausência de crescimento folicular.
- Ocorre em deficiências nutricionais e em doenças crônicas que causem caquexia.
- É adquirida e reversível.
- Deve-se diferenciar da hipoplasia, que é congênita e irreversível.
3. Alterações circulatórias
3.1. Hemorragia pós ovulação
- Pode ocorrer em todas as espécies.
- Égua – desenvolve corpo hemorrágico de grandes dimensões após a ovulação.
- O coágulo que preenche o espaço do líquido folicular vai dar lugar ao desenvolvimento das células luteínicas e à formação do corpo lúteo.
- Pode dar origem à projeções de fibrina originando aderências fibrinosas na superfície ovariana.
3.2. Hemorragia por enucleação do corpo lúteo
- Aderência ovariana ou morte por hipovolemia.
- Extirpações do corpo lúteo.
4. Alterações inflamatórias
4.1. Ooforite ou ovarite
- Raro.
- Na maioria das vezes é piogênica.
- Regiões onde há tuberculose é comum.
- Nódulos avermelhados ou amarelados.
- Elevados e de aspecto granuloso.
Micro:
- Numerosas células epitelióides e células gigantes circundando a área necrótica.
- Abscessos ováricos nas vacas são geralmente precedidos de piometrite.
- Brucella suis também leva à lesão inflamatória granulomatosa na superfície (serosa) do avario de porcas.
5. Alterações regressivas
5.1. Hipotrofia
- Inanição e doenças crônicas caquetizantes.
- Criação extensiva - animais podem apresentar interrupção na atividade ovariana cíclica durante a seca (deficiência nutricional).
5.2. Fibrose
- Animais velhos.
- Conseqüência do acúmulo de tecido conjuntivo fibroso.
6. Cistos ovarianos
6.1 Cisto paraovárico
- Localizados adjacentes ao ovário.
- Originam-se de resquícios embrionários dos túbulos mesonéfricos.
- São limitados por camada.
- Espécies mais afetadas: vaca e égua.
6.2. Cisto de inclusão germinal
- Aparecem na superfície do ovário.
- Fragmentos de peritônio (epitélio germinativo) que se dobram para o interior do córtex ovariano.
- São mais importantes em éguas - interferem na ovulação.
- Égua: geralmente são múltiplos, localizados próximos à fossa.
- Destroem gradativamente o parênquima ovariano.
- Em outras espécies são maiores, sem importância clínica.
6.3. Cisto do folículo atrésico
- São folículos que não se desenvolveram completamente e não ovularam.
- Folículo - oócito degenerado, células da granulosa em degeneração, com citoplasma vacuolizado e luteinização das células da teca interna.
6.4. Cisto do corpo lúteo
- Freqüentemente há formação de uma cavidade cística na porção central do corpo lúteo.
- Irregular.
- Ocorre ovulação e a atividade ovariana cíclica continua normalmente.
- Patogenia: não conhecida.
6.5. Cisto luteínico
- Vaca e porca.
- Não há ovulação.
- Cavidade cística é arredondada, revestida por tecido conjuntivo fibroso externamente e por células da teca luteinizadas internamente.
- Patogenia: deficiência de LH.
Macro:
- Parede espessa e distendida.
- Consistência firme.
6.6. Cisto folicular
- Ausência de corpo lúteo.
- Associação com ninfomania em vacas.
- Mais freqüente no 1º ciclo pós parto.
- Comportamento determinado pela produção hormonal do cisto (estrógenos).
Macro:
- Cistos foliculares podem ser confundidos com folículos pré ovulatórios.
- Nesse caso tem que se fazer o exame de outras partes do aparelho genital (vulva se encontra edemaciada, clitóris hipertrofiado, e podem ser observados cistos das glândulas de Bartolin e dos ductos de Gartner, que são resquícios dos ductos de Wolff).
Micro:
- Ausência de oócito.
- Células da granulosa degenerada, com muito líquido.
- Células da teca edemaciadas.
7. Metaplasia óssea ovariana
- Não deve ser confundida com mineralização de folículos atrésicos.
- O significado funcional não foi estabelecido.
8. Hiperplasia da serosa ovariana
- Mais comum na cadela.
- Caracteriza-se pela proliferação de ninhos ou cordões celulares do epitélio germinativo que invadem a túnica albugínea e atingem a córtex.
9. Neoplasias ovarianas
9.1. Tumor de células da granulosa
- Na maioria das vezes é unilateral e não maligno.
- Pode ocorrer em animais jovens, mas a incidência aumenta com a idade.
- Em muitos casos essa neoplasia é hormonalmente ativa, havendo a produção de esteróides (estrógenos e/ou testosterona).
- Em cadelas é comum ocorrer hiperplasia cística endometrial e piometra.
Macro:
- Pode apresentar superfície lisa ou de aspecto nodular.
- Formações císticas e sólidas, podendo toda a massa neoplásica ser sólida ou constituída de várias formações císticas.
- A porção sólida apresenta coloração esbranquiçada ou amarelada.
Micro:
- Células arredondadas ou alongadas.
- Núcleos arredondados e cromatina vesiculosa.
- Citoplasma escasso e fracamente acidófilo.
- Aspecto glandular.
- Normalmente é benigno (exceto na gata, embora raramente ocorram metástases para o ligamento largo do útero, peritônio e vísceras abdominais).
- Formação de rosetas ou “corpos de call exner” ao redor de uma massa central eosinofílica.
9.2. Teratoma
- Originária de células germinativas.
- Caracterizada por composição múltipla (vários tipos celulares).
- É mais freqüente na cadela e na gata.
1. Alterações congênitas
1.1. Aplasia segmentar
- É a ausência de um determinado segmento.
- É freqüente, podendo ocorrer acúmulo de secreção (hidrossalpinge) ou acúmulo de ar (pneumossalpinge).
2. Alterações inflamatórias
2.1. Salpingite
- É a inflamação da tuba uterina.
- A maioria dos agentes atinge a tuba uterina via útero, mas também pode ser por continuidade (peritonite).
2.2. Piossalpinge
- Acúmulo de pus (exsudato purulento) na tuba uterina.
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