Alterações Cadavéricas
- Amolecimento – muitas horas após a morte.
- Gânglios mesentéricos – escuro ou esverdeado (sulfametahemoglobina) – localizados próximos ao intestino – após a morte: reação da hemoglobina presente nos linfonodos (por lise das hemácias) com o hidrogênio sulfuroso das bactérias putrefativas – sulfametahemoglobina – cor verde.
1. Alterações nutritivas e de pigmentação
1.1. Gordura (animais obesos)
- Suínos- linfonodos mesentéricos – infiltração gordurosa.
- Vacas em lactação – linfonodos retromamários.
1.2. Sangue e hemossiderina
- Hemorragias:
- Adjacentes – processos anêmicos (anemias hemolíticas).
- Locais – carbúnculo hemático.
1.3. Antracose
- Extrema poluição (grandes centros urbanos) – pigmento de carbono nos alvéolos pulmonares – sistema retículo fagocitário (macrófagos alveolares) fagocitam fuligem e carbono e os carreiam para linfonodos, via sistema linfático, onde eles são debelados sem causar nenhum problema maior (geralmente).
1.4. Pigmentação na fasciolose hepática
- Bovinos.
- Linfonodos periportais e mesentéricos com pigmento biliar.
- Hipertrofia ganglionar.
- Amarelo-esverdeado.
1.5. Enfisema mesentérico
- Suínos clinicamente sadios – não se observa sintomatologia.
- Fermentação da lactose (por bactérias no tubo digestivo) – ar nos linfonodos (ar como corpo estranho).
- Macro:linfonodos volumosos, esponjosos, crepitantes ao corte.
- Micro: bolhas de ar como corpo estranho.
2. Alterações inflamatórias
2.1. Adenites ou linfadenite
- Exaltação da atividade ganglionar: linfonodo com reação mais aguda pelo processo inflamatório.
- Classificação:
2.1.a) Linfadenite hiperplásica
- Muito freqüente.
- Aumento de volume do órgão.
- Gânglio hiperêmico (por aumento do fluxo sanguíneo).
- Superfície de corte úmida.
- Cor vermelha parda uniforme ou manchada com pontos lardáceos (folículos linfóides).
Micro:
- Hiperemia.
- Exsudação leucocitária.
- Descamação e proliferação do endotélio.
- Macrófagos em grandes quantidades.
- Linfoblastos.
- Figuras de mitose.
- Folículos aumentados de tamanho e seus centros germinativos tomados com linfoblastos na região cortical e medular.
- Ex.: Febre catarral maligna (bovinos).
2.1.b) Purulentas
- Microorganismos purulentos (piogênicos).
- Pode comprometer parte ou todo o gânglio.
- Cápsula dura ao corte.
- Conteúdo cremoso.
Micro:
- Infiltração leucocitária.
- Derrames hemorrágicos.
- Proliferação cicatricial – tecido conjuntivo fibroso.
- Ex.: Garrotilho.
2.1.c) Hemorrágicas
- Hiperemia é uma alteração dominante.
- Derrames hemorrágicos – hemácias no meio extravascular e hemossiderina.
2.1.d) Fibrinosas
- Inflamação fibrinosa em órgãos circunvizinhos.
- Fibrinas e glóbulos vermelhos.
2.1.e) Necrótico hemorrágica
- Carbúnculo hemático.
- Inicialmente hemorrágica e secundariamente necrótica.
- Aumento de volume.
- Enegrecido.
- Superfície de corte úmida.
Micro:
- Hiperemia, hemorragia, necrose (halo leucocitário).
- Bacillus anthracis está presente.
- Tecido fibroso nos focos de necrose.
3. Inflamações específicas
3.a) Tuberculose
- Bovinos (bronquiais, mediastínicos, periportais, pescoço e mesentéricos).
- Bezerros (gânglios do tubo digestivo e fígado).
- Suínos.
Macro:
- Aumento de volume.
- Superfície de corte seca.
- Focos de caseificação distrófica (rangem ao corte).
Micro:
- Necrose de caseificação.
- Infiltrado inflamatório.
- Células epitelióides (macrófagos mais alongados).
- Pode-se encontrar calcificação distrófica.
- Células gigantes (macrófagos fundem o citoplasma – células maiores, com maior capacidade de fagocitose).
3.b) Paratuberculose
- Gânglios mesentéricos.
- Hipertrofia.
- Cortical e medular indistintas – folículo linfóide em todo o órgão.
Micro:
- Proliferação de células epitelióides, mais volumosas que as da tuberculose, tanto nos seios quanto no tecido linfóide.
- Presença de Mycobacterium johrei.
- Não há formação de necrose.
3.c) Mormo
- Resposta de gânglios satélites.
- Nódulos com centro amarelo opaco.
- Cápsula branca acinzentada.
Micro:
- Necrose.
- Exsudação.
- Processo inflamatório.
- Células epitelióides e gigantes.
3.d) Linfadenite caseosa dos ovinos
- Corynebacterium ovis.
- Gânglios superficiais.
- Aumento de volume.
- Focos de necrose (material caseoso com aspecto de cebola ao corte transversal).
4. Linfossarcoma
- É uma neoplasia linfoide que se origina de um órgão hematopoiético sólido (linfonodo, baço ou fígado).
- Nos gatos está associado ao retrovírus (FeLV)
- Nos cães é mais frequente em animais de meia idade a idosos, sem uma etiologia determinada.
Baço
Alterações cadavéricas
- Amolecimento da polpa do baço após algumas horas.
- Involução senil: menos volumoso, cápsula bastante rugosa (perda de polpa vermelha principalmente e presença de tecido conjuntivo fibroso).
1. Defeitos congênitos
1.1. Aplasias e hipoplasias
- Muitas vezes nada apresentam do ponto de vista clínico – animais sobrevivem normalmente sem o baço.
1.2. Baço sucenturiato
- Funcional: presente em outras regiões, principalmente no epíplon.
- Não é comum.
1.3. Baço duplo
- Suínos e bovinos.
- Tem que possuir hilo vascular com veias e artérias próprias – também é funcional.
- Acoplado ao outro baço, que é normal.
- Não é comum.
2. Torção
- Suínos e cães.
- Ligamento gastro esplênico é longo e frouxo.
- Todo o órgão ou metade inferior (infarto hemorrágico – comprime veia e o sangue fica retido no vaso).
- No cão a torção do baço geralmente acompanha a do estômago.
3. Rupturas
3.1. Ações traumáticas
- Atropelamentos e quedas (hemorragias, hemoperitônio e anemia aguda).
3.2. Espontânea
- Linfoma maligno (bovinos) e amiloidose (equinos).
4. Distúrbios nutritivos
4.1. Atrofia
- Senilidade e caquexia.
- Tamanho diminuído e diminuição da função (e não ausência).
- Cápsula rugosa.
Micro:
- Diminuição do corpúsculo de Malpighi.
- Diminuição da polpa vermelha.
- Trabéculas espessadas – fibras reticulares que partem da cápsula e entremeiam o órgão.
4.2. Calcificação da cápsula
- Bovinos e cães.
- Lesão visível ao microscópio.
- Causa desconhecida.
- São focais.
4.3. Hemossiderina
- Fisiológico (hemocaterese).
- Aumento nas afecções que acompanham forte destruição eritrocitária (carbúnculo hemático).
- Macroscopicamente o pigmento pode ser revelado pelo azul da Prússia.
5. Distúrbios circulatórios
5.1. Hiperemia passiva
- Cirrose hepática.
- Trombose ou compressão da veia esplênica.
- Insuficiência cardíaca congestiva.
Macro:
- Aumento de volume.
- Cheio de sangue (estase sangüínea).
- Endurecimento principalmente da cápsula (proliferação do conjuntivo).
Micro:
- Distensão dos seios capilares por sangue.
- Hiperplasia endotelial (fica semelhante ao epitélio cúbico).
- Fibrose da polpa.
- Hemossiderose.
5.2. Infartos
- Necrose isquêmica.
- Embolias da artéria esplênica e seus ramos.
- Endocardites.
- Totais ou parciais.
- Sépticos ou assépticos.
- Anêmico (artéria) ou hemorrágico (veia).
- Cor cinza-amarelada sem brilho, circundada por um halo hemorrágico-hiperêmico.
- Fibrose do tecido necrosado.
5.3. Hemorragias
- Hematomas na cápsula do órgão.
- Nódulos escuros que fazem protusão através da cápsula.
- Geralmente de origem traumática.
6. Inflamações
6.1. Esplenite hiperêmica
- Aumento do volume com cápsula lisa e tensa.
- Cor vermelha escura.
- Polpa amolecida, deixando fluir sangue.
6.2. Esplenite supurada
- Bactérias piogênicas.
7. Esplenomegalias
- Bovinos.
- Acomete 90% dos animais.
- Ao corte é firme com consistência de borracha.
- A polpa apresenta pontos esbranquiçados.
- Microscopicamente os pontos brancos são caracterizados como focos de necrose causados pela toxina.
8. Tristeza parasitária
- Aumento do peso do órgão.
- Tensão da cápsula e arredondamento das bordas.
- Polpa escura e amolecida (geléia de amora).
9. Tumores
9.1. Hemangiossarcomas
- Cão – relativamente comum.
- Células endoteliais – epitélio vascular.
- Massas vermelhas escuras são protuberantes no órgão.
- Neoplasia primária mais frequente no baço.
- Maligno.
Timo
1. Distúrbios inflamatórios degenerativos
- Causas:
- Agentes infecciosos.
- Toxinas.
- Neoplasias.
- Má nutrição.
- Resultam em graus variados de imunodeficiência.
2. FIV
- Infectam linfócitos T.
- CD4 reduzido.
- Reversão no quociente CD4/CD8.
- Atrofia do timo e linfonodos.
3. Neoplasias
3.1. Linfossarcoma tímico
- Principalmente bovinos e gatos.
- Grande massa na cavidade torácica.
- Cor branca acinzentada.
- Aspirado com grande quantidade de linfócitos neoplásicos com figuras de mitose.
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