terça-feira, 2 de agosto de 2011

Patologias dos Órgãos Hemolinfopoiéticos

Linfonodos



Alterações Cadavéricas

  • Amolecimento – muitas horas após a morte.
  • Gânglios mesentéricos – escuro ou esverdeado (sulfametahemoglobina) – localizados próximos ao intestino – após a morte: reação da hemoglobina presente nos linfonodos (por lise das hemácias) com o hidrogênio sulfuroso das bactérias putrefativas – sulfametahemoglobina – cor verde.
1. Alterações nutritivas e de pigmentação

1.1. Gordura (animais obesos)
  • Suínos- linfonodos mesentéricos – infiltração gordurosa.
  • Vacas em lactação – linfonodos retromamários.
1.2. Sangue e hemossiderina
  • Hemorragias:
- Adjacentes – processos anêmicos (anemias hemolíticas).
- Locais – carbúnculo hemático.

1.3. Antracose
  • Extrema poluição (grandes centros urbanos) – pigmento de carbono nos alvéolos pulmonares – sistema retículo fagocitário (macrófagos alveolares) fagocitam fuligem e carbono e os carreiam para linfonodos, via sistema linfático, onde eles são debelados sem causar nenhum problema maior (geralmente).
1.4. Pigmentação na fasciolose hepática
  • Bovinos.
  • Linfonodos periportais e mesentéricos com pigmento biliar.
  • Hipertrofia ganglionar.
  • Amarelo-esverdeado.
1.5. Enfisema mesentérico
  • Suínos clinicamente sadios – não se observa sintomatologia.
  • Fermentação da lactose (por bactérias no tubo digestivo) – ar nos linfonodos (ar como corpo estranho).
  • Macro:linfonodos volumosos, esponjosos, crepitantes ao corte.
  • Micro: bolhas de ar como corpo estranho.
2. Alterações inflamatórias

2.1. Adenites ou linfadenite
  • Exaltação da atividade ganglionar: linfonodo com reação mais aguda pelo processo inflamatório.
- Classificação:

2.1.a) Linfadenite hiperplásica
  • Muito freqüente.
  • Aumento de volume do órgão.
  • Gânglio hiperêmico (por aumento do fluxo sanguíneo).
  • Superfície de corte úmida.
  • Cor vermelha parda uniforme ou manchada com pontos lardáceos (folículos linfóides).
Micro:
  • Hiperemia.
  • Exsudação leucocitária.
  • Descamação e proliferação do endotélio.
  • Macrófagos em grandes quantidades.
  • Linfoblastos. 
  • Figuras de mitose.
  • Folículos aumentados de tamanho e seus centros germinativos tomados com linfoblastos na região cortical e medular.
  • Ex.: Febre catarral maligna (bovinos).
2.1.b) Purulentas
  • Microorganismos purulentos (piogênicos).
  • Pode comprometer parte ou todo o gânglio.
  • Cápsula dura ao corte.
  • Conteúdo cremoso.
Micro:
  • Infiltração leucocitária.
  • Derrames hemorrágicos.
  • Proliferação cicatricial – tecido conjuntivo fibroso.
  • Ex.: Garrotilho.
2.1.c) Hemorrágicas
  • Hiperemia é uma alteração dominante.
  • Derrames hemorrágicos – hemácias no meio extravascular e hemossiderina.
2.1.d) Fibrinosas
  • Inflamação fibrinosa em órgãos circunvizinhos.
  • Fibrinas e glóbulos vermelhos.
2.1.e) Necrótico hemorrágica
  • Carbúnculo hemático.
  • Inicialmente hemorrágica e secundariamente necrótica.
  • Aumento de volume.
  • Enegrecido.
  • Superfície de corte úmida.
Micro:
  • Hiperemia, hemorragia, necrose (halo leucocitário).
  • Bacillus anthracis está presente.
  • Tecido fibroso nos focos de necrose.
3. Inflamações específicas

3.a) Tuberculose
  • Bovinos (bronquiais, mediastínicos, periportais, pescoço e mesentéricos).
  • Bezerros (gânglios do tubo digestivo e fígado).
  • Suínos.
Macro:
  • Aumento de volume.
  • Superfície de corte seca.
  • Focos de caseificação distrófica (rangem ao corte).
Micro:
  • Necrose de caseificação.
  • Infiltrado inflamatório.
  • Células epitelióides (macrófagos mais alongados).
  • Pode-se encontrar calcificação distrófica.
  • Células gigantes (macrófagos fundem o citoplasma – células maiores, com maior capacidade de fagocitose).
3.b) Paratuberculose
  • Gânglios mesentéricos.
  • Hipertrofia.
  • Cortical e medular indistintas – folículo linfóide em todo o órgão.
Micro:
  • Proliferação de células epitelióides, mais volumosas que as da tuberculose, tanto nos seios quanto no tecido linfóide.
  • Presença de Mycobacterium johrei.
  • Não há formação de necrose.
3.c) Mormo
  • Resposta de gânglios satélites.
  • Nódulos com centro amarelo opaco.
  • Cápsula branca acinzentada.
Micro:
  • Necrose.
  • Exsudação.
  • Processo inflamatório.
  • Células epitelióides e gigantes.
3.d) Linfadenite caseosa dos ovinos
  • Corynebacterium ovis.
  • Gânglios superficiais.
  • Aumento de volume.
  • Focos de necrose (material caseoso com aspecto de cebola ao corte transversal).
4. Linfossarcoma
  • É uma neoplasia linfoide que se origina de um órgão hematopoiético sólido (linfonodo, baço ou fígado).
  • Nos gatos está associado ao retrovírus (FeLV)
  • Nos cães é mais frequente em animais de meia idade a idosos, sem uma etiologia determinada.
Baço

Alterações cadavéricas
  • Amolecimento da polpa do baço após algumas horas.
  • Involução senil: menos volumoso, cápsula bastante rugosa (perda de polpa vermelha principalmente e presença de tecido conjuntivo fibroso).
1. Defeitos congênitos

1.1. Aplasias e hipoplasias
  • Muitas vezes nada apresentam do ponto de vista clínico – animais sobrevivem normalmente sem o baço.
1.2. Baço sucenturiato
  • Funcional: presente em outras regiões, principalmente no epíplon.
  • Não é comum.
1.3. Baço duplo
  • Suínos e bovinos.
  • Tem que possuir hilo vascular com veias e artérias próprias – também é funcional.
  • Acoplado ao outro baço, que é normal.
  • Não é comum.
2. Torção
  • Suínos e cães.
  • Ligamento gastro esplênico é longo e frouxo.
  • Todo o órgão ou metade inferior (infarto hemorrágico – comprime veia e o sangue fica retido no vaso).
  • No cão a torção do baço geralmente acompanha a do estômago.
3. Rupturas

3.1. Ações traumáticas
  • Atropelamentos e quedas (hemorragias, hemoperitônio e anemia aguda).
3.2. Espontânea
  • Linfoma maligno (bovinos) e amiloidose (equinos).
4. Distúrbios nutritivos

4.1. Atrofia
  • Senilidade e caquexia.
  • Tamanho diminuído e diminuição da função (e não ausência).
  • Cápsula rugosa.
Micro:
  • Diminuição do corpúsculo de Malpighi.
  • Diminuição da polpa vermelha.
  • Trabéculas espessadas – fibras reticulares que partem da cápsula e entremeiam o órgão.
4.2. Calcificação da cápsula
  • Bovinos e cães.
  • Lesão visível ao microscópio.
  • Causa desconhecida.
  • São focais.
4.3. Hemossiderina
  • Fisiológico (hemocaterese).
  • Aumento nas afecções que acompanham forte destruição eritrocitária (carbúnculo hemático).
  • Macroscopicamente o pigmento pode ser revelado pelo azul da Prússia.
5. Distúrbios circulatórios

5.1. Hiperemia passiva
  • Cirrose hepática.
  • Trombose ou compressão da veia esplênica.
  • Insuficiência cardíaca congestiva.
Macro:
  • Aumento de volume.
  • Cheio de sangue (estase sangüínea).
  • Endurecimento principalmente da cápsula (proliferação do conjuntivo).
Micro:
  • Distensão dos seios capilares por sangue.
  • Hiperplasia endotelial (fica semelhante ao epitélio cúbico).
  • Fibrose da polpa.
  • Hemossiderose.
5.2. Infartos
  • Necrose isquêmica.
  • Embolias da artéria esplênica e seus ramos.
  • Endocardites.
  • Totais ou parciais.
  • Sépticos ou assépticos.
  • Anêmico (artéria) ou hemorrágico (veia).
  • Cor cinza-amarelada sem brilho, circundada por um halo hemorrágico-hiperêmico.
  • Fibrose do tecido necrosado.
5.3. Hemorragias
  • Hematomas na cápsula do órgão.
  • Nódulos escuros que fazem protusão através da cápsula.
  • Geralmente de origem traumática.
6. Inflamações

6.1. Esplenite hiperêmica
  • Aumento do volume com cápsula lisa e tensa.
  • Cor vermelha escura.
  • Polpa amolecida, deixando fluir sangue.
6.2. Esplenite supurada
  • Bactérias piogênicas.
7. Esplenomegalias
  • Bovinos.
  • Acomete 90% dos animais.
  • Ao corte é firme com consistência de borracha.
  • A polpa apresenta pontos esbranquiçados.
  • Microscopicamente os pontos brancos são caracterizados como focos de necrose causados pela toxina.
8. Tristeza parasitária
  • Aumento do peso do órgão.
  • Tensão da cápsula e arredondamento das bordas.
  • Polpa escura e amolecida (geléia de amora).
9. Tumores

9.1. Hemangiossarcomas
  • Cão – relativamente comum.
  • Células endoteliais – epitélio vascular.
  • Massas vermelhas escuras são protuberantes no órgão.
  • Neoplasia primária mais frequente no baço.
  • Maligno.
Timo

1. Distúrbios inflamatórios degenerativos

- Causas:
  • Agentes infecciosos.
  • Toxinas.
  • Neoplasias.
  • Má nutrição.
  • Resultam em graus variados de imunodeficiência.
2. FIV
  • Infectam linfócitos T.
  • CD4 reduzido.
  • Reversão no quociente CD4/CD8.
  • Atrofia do timo e linfonodos.
3. Neoplasias

3.1. Linfossarcoma tímico
  • Principalmente bovinos e gatos.
  • Grande massa na cavidade torácica.
  • Cor branca acinzentada.
  • Aspirado com grande quantidade de linfócitos neoplásicos com figuras de mitose.

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