terça-feira, 2 de agosto de 2011

Patologias do Sistema Genital Masculino

1. Intersexos


  • Tais alterações ocorrem fundamentalmente em 2 situações:
  • Aberrações cromossômicas.
  • Distúrbios hormonais de origem genética ou não.


O hermafrodita ou indivíduo com características de interssexualidade é aquele que possui órgãos genitais masculinos e femininos.

2. Hermafroditismo

  • Indivíduo dotado de 2 sexos distintos anatômica e funcionalmente.

2.1. Hermafrodita verdadeiro

  • Apresenta gônadas e vias genitais internas de ambos os sexos.
  • Uma gônada pode ser o testículo e a outra o ovário, ou ambos apresentam tecido ovárico e testicular, o que caracteriza um ovotestis.
  • As vias genitais externas são quase sempre femininas, com vulva rudimentar e clitóris hipertrofiado, semelhante a um pênis.
  • Os hermafroditas verdadeiros são muito mais comuns em suínos e caprinos do que em outras espécies.


Características anatomo-patológicas

  • Hermafroditismo verdadeiro – gônadas masculinas e femininas, vias genitais internas masculinas e femininas e vias genitais externas femininas.
  • Pseudohermafrodita macho – gônadas masculinas, vias genitais internas femininas e vias genitais externas masculinas rudimentares.
  • Pseudohermafrodita fêmea – gônadas femininas, vias genitais internas masculinas rudimentares e vias genitais externas femininas rudimentares.


3. Freemartinismo

  • São quimeras XX/XY que se desenvolvem como conseqüência da fusão da circulação corioalantóidea em gestações gemelares em que haja um feto do sexo masculino e outro do sexo feminino, gerando masculinização da gônada feminina.
  • Em bovinos, 92% das gêmeas de macho são freemartin.


Determinação da ocorrência

  • Liberação de 2 oócitos, sendo um deles fecundado por espermatozóide X e outro Y.
  • Implantação de heterossexos no útero.
  • Anastomose de vasos coriônicos.
  • Modificação na organogênese feminina.

Características morfológicas

  • Gônada semelhante a um testículo, com folículos em crescimento e folículos anovulatórios.
  • Medular bastante desenvolvida, com estruturas semelhantes aos túbulos seminíferos, com células de Sertoli e células de Leydig.
  • Tuba uterina ausente ou semelhante ao epidídimo. O útero não se desenvolve
  • completamente.
  • Cérvix está ausente (normalmente).
  • A vagina é pouco desenvolvida (correspondendo a 1/3 do comprimento de uma vagina normal).
  • A vulva é pouco desenvolvida (com tufos de pêlos). O animal apresenta o clitóris bem desenvolvido e proeminente.
Patologias da bolsa escrotal

1. Hidrocele
  • Presença de líquido aquoso na bolsa escrotal. Causas: edema generalizado (por diferença entre pressão oncótica e osmótica).
2. Hematocele
  • Pode ser decorrente de traumatismo ou secundário a um hemoperitôneo.
3. Dermatite escrotal
  • É freqüente e normalmente inespecífica (porque geralmente é por contato). Pode levar à degeneração testicular por compressão ou por elevação Tº local.
Patologias dos testículos

1. Alterações do desenvolvimento
  • Monorquidismo
  • Anorquidismo
  • Criptorquidismo – freqüente em eqüinos e caninos:
- Migração estimulada hormonalmente.
- Deficiência de LH e FSH também pode estar envolvida.

Mecanismos responsáveis pela descida
- Ausência do desenvolvimento do gubernáculo.
- Desenvolvimento anormal deste.
- Crescimento excessivo e ausência ou retardo na regressão dele.

Testículo retido
  • Diminuição do volume.
  • Coloração escura.
  • Hipoplasia total com degeneração do epitélio seminífero.
  • É afuncional sob o ponto de vista espermatogênico.
  • Suscetível ao desenvolvimento de neoplasias (sertolioma).
  • Criptorquida bilateral (estéril) e unilateral (subfértil).
2. Hipoplasia testicular
  • Mais comum em touros, cavalos e varrões.
  • Acomete mais o lado esquerdo, mas também pode ser bilateral.
  • De caráter hereditário.
  • Dividido em 2 tipos:
- Moderado (parcial):
  • 50% dos túbulos são hipoplásicos.
  • Bilateral (sptz com pouca motilidade; diminuição da taxa de fecundação).

- Total (grave):
  • Totalidade dos túbulos são hipoplásicos.
  • Testículo diminuído de tamanho (oligoespermia ou azoospermia).
3. Degeneração testicular
  • Principal causa da redução da fertilidade nos machos – inespecífico: várias causas
  • (traumatismos, inflamações).
  • As causas estão relacionadas com processos patológicos mais generalizados.
  • Varia de discreto a severo.
  • Pode ser uni ou bilateral (causas sistêmicas).
Macro:
  • Fase inicial: testículos com consistência flácida, tamanho normal ou discretamente diminuídos de volume e com coloração pálida.
  • Evolução: torna-se diminuído de volume, consistência firme, resistente ao corte devido ao aumento do conjuntivo intersticial e pode ocorrer mineralização de túbulos seminíferos.
Micro:
  • Caracteriza-se por degeneração de espermátides.
  • Espermatogônias com citoplasma vacuolizado e com núcleo picnótico.
  • Alguns túbulos com ausência total do epitélio seminífero.
  • Proliferação de tecido conjuntivo fibroso, que invade e destrói os túbulos seminíferos nos casos avançados.
Causas:
  • Aumento da temperatura – dermatite escrotal, excesso de gordura escrotal, edema, hidrocele, periorquite, aumento da Tº ambiente persistente.
  • Infeccções ou traumas – orquite infecciosa ou traumática.
  • Nutrição – deficiência de vitamina A e proteínas. Não atuam diretamente na gônada; a deficiência de vitamina A leva à degeneração através da diminuição da secreção de FSH e LH pela hipófise.
  • Lesões vasculares – torção ou compressão do cordão espermático, obstrução embólica da artéria espermática.
4. Alterações inflamatórias

4.1. Orquite
  • As mais importantes são as bacterianas, principalmente aquelas causadas pela brucelose. 
  • Vias de acesso: hematógena (mais comum) ou por extensão através do ducto deferente decorrente de uretrite, prostatite ou pela vesícula seminal. Neste caso a orquite é quase sempre precedida de epididimite.
Macro (Brucelose):
  • Bolsa testicular apresenta-se aumentada de volume.
  • Edemaciada e hiperêmica.
  • Ao corte observa-se exsudato fibrino purulento ou hemorragia junto à túnica vaginal e à albugínea.
  • Testículos aumentados de tamanho, flácidos e no parênquima áreas de hemorragia e necrose podem ser vistas.
  • Nos casos crônicos há ainda proliferação de tecido conjuntivo fibroso e formação de abscesso.
Micro (Brucelose):
  • Necrose de caseificação.
  • Envolvida por macrófagos, linfócitos e cápsula conjuntiva.
Obs.: em cães as orquites são quase sempre por extensão de cistite, uretrite, prostatite ou epididimite, sendo geralmente causadas por E.coli (infecção ascendente do trato urinário).

5. Neoplasias testiculares
  • Cães e touros idosos.
  • Diferenciação macro é difícil, porque são bastante semelhantes.
5.1. Leydigocitoma
  • Autores não consideram este tumor hormonalmente ativo.
  • Uni ou bilateral.
  • Múltiplo ou solitário.
Macro:
  • Encapsulado – benigno.
  • Amarelado.
  • Bastante vacuolizado.
  • Áreas de hemorragia.
Micro:
  • Células arredondadas com citoplasma granuloso.
  • Vacuolização intensa.
  • Hemorragia focal.
  • Áreas de necrose que envolvem a massa neoplásica.
  • Hiperplasia de células intersticiais - lesão pré tumoral.
  • Cápsula conjuntiva.
  • Túbulos seminíferos adjacentes atrofiados.
5.2. Sertolioma
  • Freqüente em testículos criptórquios.
  • Aumento de volume do órgão.
  • Hormonalmente ativo – feminilização:
- Alopecia simétrica bilateral.
- Atrofia do pênis e do prepúcio.
- Perda da libido.
- Atração por outros machos.
- Ginecomastia.

Macro:
  • Formações nodulares grandes.
  • Espessa cápsula conjuntiva.
  • Consistência firme.
  • Coloração esbranquiçada.
Micro:
  • Estroma conjuntivo (consistência e resistência).
  • Citoplasma alongado,acidófilo.
  • Núcleo alongado,basal e hipercromático.
5.3. Seminoma
  • Criptorquidismo.
  • Cães idosos.
  • Células germinativas.
  • Até 6 cm de diâmetro.
  • Caráter invasivo (maligno).
  • Raramente há metástases (embora tenha potencial para isso).
 Macro:
  • Coloração esbranquiçada.
  • Consistência mole.
  • Deixa fluir líquido viscoso.
Micro:
  • Células grandes.
  • Citoplasma granuloso e acidófilo.
  • Núcleos grandes.
  • Áreas de necrose em infiltrado linfocitário.


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